domingo, 25 de janeiro de 2009

LIÇÃO DE VIDA ...



ARGOS, O CÃO DE ULISSES

Ulisses, rei de Íraca, criou um belo cão. Logo que nasceu, forte e ágil, acompanhava o patrão, como uma sombra. Passeava com ele, viajava com ele, ia com ele caça, ajudando-o a caçar.
Um dia, porém, Ulisses partiu para a guerra e ficou longe de seu reino tanto tempo que ninguém mais acreditava que ele estivesse vivo.
Mas voltou.
Quando partiu era moço, belo e vigoroso; ao voltar, depois de muitos anos e muita luta, vinha envelhecido e desfigurado.
Apoiando a um bastão cheio de nós, percorreu os velhos caminhos do seu reino, sem que ninguém o conhecesse. Passou pelos campos férteis que rodeavam o seu palácio, cortou as avenidas de seu parque, viu, ao longe, nas encostas dos montes, o seu gado luzidio. Esteve com os seus pastores, e estes não o reconheceram. Encontrou-se com os seus velhos caseiros, que quiseram deter-lhe os passos, pensando que ele fosse um vagabundo. Chegou atá a porta de sua casa e viu que devia lá haver alguma festa, de tal forma estava iluminada.
De repente, ouviu um latido: era os eu cão que, reconhecendo, tentou levantar-se para ir-lhe ao encontro e não pôde.
Comovido, Ulisses perguntou a um caseiro:
- Que cão é esse? Deveria ser muito belo, quando mais novo.
- É o cão de Ulisses - respondeu-lhe o caseiro - o nosso bom e sábio rei, que partiu para guerra de Tróia e cujas proezas todos os gregos sabem de cor.
Anda por esse mundo, se ainda não morreu.
Ulisses, então, dirigiu-se para o velho animal:
- Argos! Argos!
Ouvindo a voz de Ulisses, Argos levantou de novo a cabeça. Encarou Ulisses, Revelou nos olhos uma grande alegria. Tentou levantar-se e não o conseguiu. Recebeu a última carícia de seu dono e morreu.
- Ah! cão fiel! - exclamou Ulisses. Entre tantos homens, que tanto me estimavam, fui um desconhecido. Só tu, Argos, só tu reconheceste o teu amigo.

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