O escravo analfabeto lê a poesia
Escrita na linha verde-azulada do horizonte
Horizontal – mente…
Transpassando os vértices verticais
Do ferro frio e sofrido
Que o mantém cativo
Em declives pelo firmamento
A poesia sobrevoa cafezais;
Corta o amargor dos canaviais;
Paira sobre as chamas do fogo;
Varre o terreiro em noites de lua…
…Cheia de vontade
Faz-se liberta tal quais
Ventre-livres e sexagenários
Ganha alforria nos olhos escuros do negro
Nos olhos negros…
Impossível será sua (re)captura
Troncos não há…
…correntes não existem
Ela se faz solta.
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