terça-feira, 16 de setembro de 2008

MANUMAYAH


O escravo analfabeto lê a poesia

Escrita na linha verde-azulada do horizonte

Horizontal – mente…

Transpassando os vértices verticais

Do ferro frio e sofrido

Que o mantém cativo

Em declives pelo firmamento

A poesia sobrevoa cafezais;

Corta o amargor dos canaviais;

Paira sobre as chamas do fogo;

Varre o terreiro em noites de lua…

…Cheia de vontade

Faz-se liberta tal quais

Ventre-livres e sexagenários

Ganha alforria nos olhos escuros do negro

Nos olhos negros…

Impossível será sua (re)captura

Troncos não há…

…correntes não existem

Ela se faz solta.


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