quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Chuva da alma...




Cai a gota, enfim, escorrendo
Ao longo do suave declive
Precipita-se, suave, impensável
Na grande distância, abaixo
Descendo por curvas, poemas
E formas, momentos, lisuras
Superfícies cálidas, nuas
E enquanto cai evapora
No calor que em si mesma encerra
E no da superfície sincera
Que em vão a esmaga e abriga
Até que enfim se esfacela.

Outra gota em seu lugar brota
No olho já tão marejado
Calor e tristeza e água
E sal, e sabor, e beleza
Escorre no rosto sofrido
Vivido de angústias e glórias
Tão cheio de outras histórias
Caminhos trilhados por gotas
Na dor e no amor esculpidos
E a lágrima nova se lança
Tem gosto de vida e de chuva
De sal e também de esperança.

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