UM MENINO E A ROSA BRACA...

Dona Julieta estava apressada.

Entrou num shopping para comprar alguns presentes de última hora para o Natal, e ao olhar para toda aquela gente ao seu redor, pensou: "Vou ficaraqui uma eternidade; com tantas coisas para fazer"... e este mundo de gente!”

Para dona Julieta, o Natal já havia se transformado quase numa doença de comprar.

Por isso, pensava em dormir na noite de Natal.

Assim, se apressou o quanto pôde entre as pessoas que estavam no shopping.

Entrou numa loja de brinquedos e se surpreendeu com os preços.

E pensou: “será que meus netos realmente brincariam com esses brinquedos?

São tão caros...mas será que vale à pena?”

Seguiu para a seção de bonecas, onde encontrou um menino de uns 5 anos segurando uma boneca bem cara com muito carinho.

Dona Julieta não resistiu àquela cena, ficou olhando para ele e tentava imaginar para quem seria dada aquela boneca.

Nesse instante, uma mulher se aproximou, e o menino a chamou de tia.

Ele lhe disse:

- Tia, eu quero ... eu quero comprar essa boneca.

E a mulher, um pouco impaciente, respondeu:

- Você sabe que não tem dinheiro suficiente para comprá-la.

Olha, fique quietinho aqui e me espere.

Preciso pegar mais algumas coisas.

O menino continuou segurando a boneca e esperando a tia voltar.

Dona Julieta resolveu, então, perguntar a ele para quem era a boneca.

E o menino respondeu:

- Esta é a boneca que minha irmãzinha tanto queria ganhar no Natal.

Ela tinha certeza que Papai Noel iria dar a ela.

Dona Julieta, se mostrando atenciosa, disse:

- Vai sim.

Ela tem que acreditar.

O Papai Noel vai levar a boneca para ela.

Para surpresa de dona Julieta, o menino, com os olhos tristes, falou:

- Não, Papai Noel não pode ir aonde minha irmãzinha está.

Eu vou ter que entregar a boneca à minha mãe para que ela leve até a minha irmãzinha.

Dona Julieta, então quis saber onde estava a irmãzinha dele.

E, com a voz embargada, ele respondeu:

- Ela se foi com Jesus.

Papai me disse que a mamãe vai se encontrar com minha irmãzinha.

Dona Julieta, emocionada, ficou sem saber o que dizer ou pensar.

A criança, porém, continuou:

- Pedi para o papai falar para a mamãe não ir ainda, para esperar até eu voltar do shopping.

Nesse momento, o menino tirou do seu bolso umas fotos tiradas em frente ao shopping, mostrou a dona Julieta e disse:

- Vou pedir para o papai levar estas fotos para a mamãe nunca se esquecer de mim.

Sabe, eu gosto muito da minha mãe, não queria que ela fosse embora.

Mas o papai disse que ela tem que ir encontrar a minha irmãzinha.

Emocionado, o menino abaixou a cabeça e parecia estar pensando algo muito importante.

As inocentes palavras daquela criança emocionaram demais dona Julieta.

Por isso, sem o menino perceber, retirou algumas notas de dentro de sua bolsa e lhe disse:

- Olha, conte esse dinheiro... será que dá para comprar a boneca para sua irmãzinha?

O menino, surpreso e agradecido, deu um sorriso e falou:

- Vai dar sim.

Eu acabei de pedir a Deus que me ajudasse a conseguir dinheiro suficiente para comprar esta boneca para a mamãe levar para minha irmãzinha.

E Ele ouviu a minha oração.

Eu queria também comprar uma rosa branca para a minha mãe, e também não tinha dinheiro.

Mas agora vai dar para comprar a boneca e a rosa.

Mamãe gosta muito de rosas brancas.

Nisso, dona Julieta viu que a tia do menino voltava e, então, disfarçadamente saiu de perto dele.

Enquanto terminava suas compras, agora se sentindo bem diferente de quando entrou naquela loja, ela não parava de pensar naquele menino.

Foi aí que se lembrou de uma história que leu dias antes num jornal, a respeito de um acidente, causado por um motorista alcoolizado.

Uma menina tinha morrido na hora e a mãe estava em estado grave num hospital.

A família, inclusive, estava discutindo se deveria ou não manter a mulher respirando somente por aparelhos.

Dona Julieta, então, concluiu que aquele menino pertencia àquela família.

A mulher e a menina do acidente, eram sua mãe e sua irmã.

Dois dias mais tarde, dona Julieta ouviu no rádio que a mulher do acidente havia morrido.

Naquela hora, ela só conseguia pensar no menino.

Mais tarde, dona Julieta decidiu levar um buquê de rosas brancas ao funeral onde estava o corpo da mulher.

Realmente era a mulher do jornal.

Estava com uma rosa branca em uma de suas mãos, uma boneca na outra, e a foto de seu filho no shopping.

A foto que o menino tinha lhe mostrado na loja, no shopping.

Dona Julieta se emocionou ainda mais...e não conseguiu segurar suas lágrimas.

A história daquele menino havia mudado sua vida para sempre, o amor dele por sua mãe e irmã era imenso.

E, em um segundo, um motorista alcoolizado havia destruído parte de sua família.

LIÇÃO DE VIDA...

O amor é para sempre.

Através desta história quero prestar uma carinhosa e solidária homenagem a todas as famílias que perderam alguém querido por causa da irresponsabilidade de alguém, por uma bala perdida, por ter sido vítima de algum tipo de violência...tragédia...

Infelizmente temos muitos casos na nossa cidade ... no nosso País.

Mas é preciso continuar ...

Não podemos trazer de volta aqueles que amamos, mas perdemos.

Mas podemos continuar sentindo por eles o mesmo amor.

Baseado em fatos reais.

A.D

OBS: Se essa mensagem tocou seu coração, passe à frente.

Quantas pessoas morrem por ano, no Brasil, em acidentes causados por motoristas embriagados?

Acredito que mudanças culturais somente ocorrerão quando nos respeitarmos como cidadãos e ensinarmos aos nossos filhos o dever de cumprir leis e respeitar a vida a partir dos nossos próprios exemplos, sem distinção de funções, cargos ou classes sociais.

Utopia?

Não!

Consciência de cidadania.

CARLA FABIANE