segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

POR CADA PEDRA ATIRADA ESCREVEREI UM POEMA...



Não consegues matar as palavras
que fluem dos meus dedos
com simples pedras
atiradas com raiva
porque mesmo ferindo o pensamento
no meu coração tu não tocas.

Não sabes sujar um rio de sentimentos
que corre na direcção do peito
com palavras poluídas.
Porque se ele nascer
nas profundezas da alma
terá sempre pureza nas suas águas.

Não sou melhor do que ninguém
só porque sinto prazer
ao colher duas palavras
e com ela unidas num ramo
oferecer abraços à pessoa amada.
Sou apenas humana...
E como humana que sou
preciso de uma folha de papel
com ar vagabundo
e olheiras marcadas nas margens
para chorar e rir ao mesmo tempo.
Assim, com apenas um gesto
transformo cada segundo
cravado no ponteiro do meu relógio
num oceano de emoções intemporais
que poucos conhecem bem.

Sou livre nos meus desejos
e sei sonhar sem temer inimigos
que me possam assombrar
porque sei que com a ponta de uma caneta
descrevo a minha vida
com a sinceridade sempre orgulhosamente destapada
E se um dia
sentir que engoli demasiado sal
para conseguir flutuar docemente
num mar de poesia
Então não te preocupes
que dos meus beijos nunca deixarão de brotar poemas.

Daniela Pereira

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