Os achaques mais comuns do caranguejo são stress, gastrites de origem depressiva e enxaquecas tremendas toda vez que o mundo não o acolhe como deveria, e por isso ele exagera no uísque. Recomenda-se, além de uma certa moderação etilíca, um pouco de terapia junguiana. Desde que o terapeuta o receba com açúcar e afeto, e não com aquela sanha incontrolável de extraír-lhe todos os segredos. O canceriano abomina abelhudos, embora esteja sempre disposto a relatar passagens da sua infância. Um freudiano não é recomendável, pois, apesar de pronto a ouvir histórias antigas, vai tentar se meter entre elas e a mãe. Já um analista junguiano, mais soft e craque em símbolos e arquétipos, pode auxiliar o caranguejo a se acomodar melhor na sua concha, sem ter que se desfazer inteiramente dela. Aliás, se há algo que o canceriano não tolera, é desfazer-se das coisas - antes um caranguejo em paz com suas neuroses familiares que totalmente desprovido delas.
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