segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Marta Peres


Permaneceu Fechado

Fechou-se, fechou portas,
calou-se, trancou a voz
cerrando cortinas, vive a rir
dentro do desprezo, bordou

distância a sorrir, perdida
no passo incerto tentei
abrir janela, silêncio, nada
havia do outro lado, sozinha

permaneci calada, profundo
deserto encontrei, incerta
ainda voltei, vi que ria, seria
de mim? Achas-me capaz

de profanar-lhe o nome?
Carrego mágoa encoberta
por vitral, queria cortar
o pensamento, o sonho,

a ilusão tecida em seda.
Na fogueira da indiferença
senti-me arder, enquanto
ria da desgraça de alguém!


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