sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

CARTA AO PAPAI NOEL...


Sempre fui um menino comportado, tímido, cedia meu lugar aos outros, esperava minha vez. Inevitavelmente, um dia, tornei-me homem. Ainda com alma de garoto, com poesia dentro de si, verde no olhar e imensa curiosidade sobre o mundo. Olho ao meu redor e meus contemporâneos não são mais meninos. Esqueceram em alguma árvore, no último campinho de futebol, na festinha adolescente, sua porção-criança. Andam taciturnos, angustiados, apressados. Dirigem seus carros, sua vida, sua empresa, como se o mundo fosse amanhã implodir em mil pedaços. Conquistam postos no mercado de trabalho, trocam sua esposa por uma moça mais nova, embebedam-se de uísque, cigarro e tédio.Mas, são infelizes... Olho para eles com minha alma de poeta.Onde, ainda, encontro espaço para brincar com imagens e palavras. Por isso, chamam-me louco, sem responsabilidade, no mínimo esquisito. Com o correr dos anos, aprendi que esta é minha essência. É pelo que vou lutar até o fim de meus dias neste Planeta.Como seiva vital me alimento, depuro angústias e verto poesia. Papai Noel, então, te peço. Não afaste esta linda moça chamada Poesia de minha vida. Que ela continue a iluminar meus momentos no breu, fecundar corações desesperançados, ser a voz que clama pela Justiça e Fraternidade. E que possas espargir esta Beleza, neste Natal, e nos dias vindouros...
Ricardo Mainieri

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