segunda-feira, 18 de agosto de 2008


PELOS VALES DE TEUS OLHOS

Pelos vales de teus olhos
de claras águas antigas
meu sonhos passando vão.

Chego de tempos remotos
com rebanhos de cantigas
felizes de solidão.

Céus de estrelas vêm descendo
perdi meu nome e a lembrança,
datas de vida e de amor.

Reduzo-me a pensamento,
livre de toda a esperança
isento de qualquer dor.

Pelos vales de teus olhos,
o que fomos e seremos
não precisa explicação.

Passamos, vivos e mortos,
sozinhos, nesses extremos.
Companhias - o que são ?

Aguardo apena

PELOS VALES DE TEUS OLHOS

Pelos vales de teus olhos
de claras águas antigas
meu sonhos passando vão.

Chego de tempos remotos
com rebanhos de cantigas
felizes de solidão.

Céus de estrelas vêm descendo
perdi meu nome e a lembrança,
datas de vida e de amor.

Reduzo-me a pensamento,
livre de toda a esperança
isento de qualquer dor.

Pelos vales de teus olhos,
o que fomos e seremos
não precisa explicação.

Passamos, vivos e mortos,
sozinhos, nesses extremos.
Companhias - o que são ?

Aguardo apenas a estrela
na ponta do meu cajado:
a pura estrela polar.

Será meia-noite certa:
e o futuro já passado
nos vales do teu olhar.

Cecília Meireles

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