segunda-feira, 4 de agosto de 2008

meu espaço...

Contacto visual

Quando comunicamos com as outras pessoas mantemos o contacto visual?

No meu caso, não. Claro que quando estou a falar com alguém e a trocar impressões e ideias com essa pessoa estou a prestar atenção ao que me dizem. Para mim, ao tomarem atenção ao que dizes, significa que estão minimamente interessados na conversa.

Mas e.. quando falamos com alguém que nos é próximo, por exemplo familiar ou amigo, costumam olhar nos olhos dessa pessoa?

Há algum tempo atrás, já tinha levantado essa questão a mim própria. Raras são as vezes em que olho directamente nos olhos das pessoas, mesmo sendo minhas conhecidas, amigas e etc. Se calhar até olho "olhos nos olhos", mas que eu tenha reparado raramente.

Quando olho nos olhos de alguém e essa pessoa faz o mesmo sinto que me vêm a alma, não sei explicar, mas é talvez um pouco parvo da minha parte. Não me sinto à vontade, é estranho.

No entanto, já conheci uma pessoa que me faz agir completamente ao contrário. Sinto-me bem a olhar nos olhos dessa pessoa. Talvez porque quando o faço, ache que consigo entender e "ver" toda a genuidade daquilo que diz e vice-versa. Olhar nos olhos talvez seja a forma que encontrei para que a outra pessoa entenda aquilo que sinto, que me vai na alma, tudo o que está "cá dentro" e que sinceramente acho que não é transmissível por palavras.

Às vezes dizem, um olhar vale mais do que mil palavras....Contudo, não sei se é bem assim... esse olhar pode ser interpretado de uma maneira diferente daquilo que verdadeiramente queríamos ... Tudo isto dá-me que pensar...


De tanto Amar

Deixei de ouvir os sons do arrebol,
E o aroma das flores de apreciar,
De curtir áureos tons do pôr-do-sol,
Deixei. Por ti deixei... de tanto amar.

Olvidei de tanta crença, sonhos tantos,
Que me afastei de muita paixão antiga:
Leituras, preces, meditação, seus encantos,
Além da poesia – companheira e sempre amiga...

E se, de tanto amar, a tanto renunciei,
Quero crer que posso hoje, sem amarras, comentar
O sonho equivocado de que enfim eu despertei,
Sufocante, egoísta e sedutor... de tanto amar.

Mas, no ciclo das paixões a mover-se novamente,
É inútil prevenir-me desta vã constatação:
Que razão e emoção são um misto incoerente,
Traduzido em amor... desvario... excitação...

Pois agora a consciência, prudentemente, me diz
O mesmo que o coração insiste em me revelar:
Que de novo livre estou, pra ser ou não-ser feliz,
Ou, para mais uma vez, me esvair... de tanto amar.

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