quarta-feira, 6 de agosto de 2008


IMORTAL


Disfarço. Escondo a mesa,
depois preparo a poção
para esconder o verbo
e a próxima taça.

Despacho a musa para o norte,
quebro a bússola e o colar.
Suborno canetas e ruas,
entrego chaves e segredos
ao guardador de sonhos
do próximo sol.

Enfim! Dei sumisso ao poeta.
Não deixei impressões no sótão.
Não há vagas na lua.
Chove...

Na próxima ceia, talvez,
no rastro da musa apareça
pegadas verbais,
supostos sinais,
imortais do poeta.

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