segunda-feira, 28 de julho de 2008

MUITOS PEDAÇOS...

Sou uma autora desconhecida sim, quando nas manhãs onde todos dormem, estou aqui, colocando meus pensamentos em palavras, expondo minhas dores e minhas vivências muitas vezes como ferida ainda aberta.

Sou uma autora desconhecida quando acordo no meio da noite com uma idéia e corro pra anotar para que amanhã isso não fique esquecido.

Sou ainda uma autora desconhecida quando passeio por blogs e sites e reconheço minhas palavras, meus sentimentos e posso dizer o que senti no exato momento em que aquele meu filho foi gerado e veio ao mundo, mas não me vejo.

Sou uma autora desconhecida quando choro sozinha, quando preciso brigar pra dizer que é meu o que não teria nascido se não fosse eu, porque as palavras não nascem do nada e cada texto, cada poema é coisa única.

Sou autora desconhecida quando acham que o que escrevi é tão bonito que uma simples mortal não teria escrito e então atribuem a autoria a alguém que todos já conhecem.

Sou autora desconhecida quando meus filhos se perdem de mim, quando são "adotados" por pessoas que gostariam de tê-los gerado.

Sou ainda, autora desconhecida quando, cansada, baixo os braços e me pergunto se vale a pena lutar se de qualquer maneira amanhã tudo recomeça.

Mas... desconhecida ou reconhecida, não desisto. Meus pedaços de mim espalhados por aí são e sempre serão pedaços de mim, que eu reconheço, que quem me conhece, reconhece, que eu abrigo e que ninguém pode tirar de mim.

Um comentário:

CARLA FABIANE... disse...

Eu sou dessas pessoas que não gostam de nada quebrado dentro de casa. Há pessoas que colam tudo, colocam no lugar. Pra mim um objeto que se quebra é jogado fora. Não por supertição, mas por que sou assim. Gosto de coisas inteiras, perfeitas em suas formas originais. Mas, mesmo se nossa maneira de viver condiz muito com nossa maneira de agir dentro de casa, eu reajo de maneira diferente quando se trata das coisas da vida. Sou capaz de pedir perdão, de ir buscar de novo uma amizade que se quebrou ou se afastou. Sou uma "recoladora " de relacionamentos. Pelo menos eu tento, não tenho esse orgulho de dizer que estou certa e não posso dar o primeiro passo. Aprendi com a vida que o máximo que esse tipo de orgulho pode fazer é deixar as pessoas uma de cada lado, convictas de si e sós.