quarta-feira, 18 de junho de 2008

um pouco de cor...

Descobre-me teus segredos, deixando meu corpo voar livre, leve dentre teus dedos, e que assim sem medo, possamos entender, a grandeza do nosso mistério. Sem pressa, sem promessa, quero-te sem recato, num pecado tolo, sem receio, sem normas, nessa hora, agora, quando teu corpo o meu corpo amorna. Arrebata de mim o medo, esse rastilho de frio que meu ser devasta. Agasalha minha alma que está nua e só... Abriga-a das duras chagas, guarda-a das dores cruas. Quero que me queiras, assim como me vês, um mortal de desejo encarnado, um enxerto de vida. Aquecida pelo acalento da manhã clara, guarda-me da luz morta da tarde, e da insípida solidão da cama, na lentidão da noite. Deixemos pelos tempos celebrados, sem vírgula, sem trema, sem parágrafo, nos escritos de um livro antigo, aberto, quieto, repleto de poema em quarentena, o doce mistério dos nossos abraços.